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caaporã

by Jonatas Onofre

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1.
caaporã 08:17
volto pra casa, caaporã é tão longe volta comigo tanta saudade reconheço aquela foto na parede esquecida tempo passou eu esqueci como era esse lugar volto pra casa, caaporã meu descanso presa nos olhos outra vontade são vicente é só um nome não me vale mais de nada só de passagem estive ali mas era como não vir volto pra casa, caaporã tudo é pressa nem acredito em tanta mudança nem carece abrir malas a palavra já se apaga dentro do vão que eu mesmo abri como voltei nem sei mais e caaporã, caaporã nem é tão longe assim
2.
3.
saturno retorna o sul é desnorteio cartografia de amor sem apego o sol é meu guia guia olhos de águia o sol me faz tão forte tão completo o sol me faz tão forte que contemplo um deus que vive em mim um deus que vive em ti um deus que vive em nós e ele sorri nessas gaiolas vendidas ele não é poderoso é vão ele não é forte, não é maior, nem melhor, não ele sou eu, ele é você ele sou eu, ele é você, você, você, você,você, você, você um deus que vive em mim um deus que vive em ti um deus que vive em nós e ele sorri
4.
5.
fóssil 03:50
rague sua camisa de força procure o segredo do cofre já aberto veja a dimensão do comprimento inexistente kurt cobain é o novo gandhi século xxi paralisia cerebral as novas roupas no armário a geladeira não congela novo programa de tv ou algum sistema linear crianças demais no mundo antigo arqueólogos descobrem o perdão cai a nossos pés qualquer satisfação o mundo desaba abala o sistema nervoso placas tectônicas em nossas veias fazem jorra o sangue de nossos vulcões século xxi paralisia cerebral as novas roupas no armário a geladeira não congela novo programa de tv ou algum sistema linear crianças demais no novo mundo arqueólogos descobrem o perdão
6.
igaraçu 03:28
o sol lambe teu corpo rasgando a carne teu peito se abre sujando a tarde és a cidade onde a luz penetra e arde sem revelar os teus segredos tão guardados nos conventos e bares é tudo mais escuro quando a noite abre seu claro enigma e é sempre tarde toda palavra gotejando num aquário em mil pedaços quando alguém soprar a folha que esqueci sobre a mesa horas revoando vão aves pousam na matriz homens cruzam os portões livros queimam no museu e a praça está deserta quase triste como eu
7.
luz na luz 03:43
iremos resistir pelo sangre da vulva que a terra fecunda sem medo iremos resistir pela chuva que lava e leva as dores do povo sem desespero sem se entregar ao opressor sem desespero sem se entregar acreditamos que nosso mundo não tem portão nem cercas a nossa nação e nossa nação não cabe num país todas as máscaras já caíram chegou a hora de buscar o seu lugar sua posição sua geografia a luz na luz do dia a luz na luz
8.
acalanto 03:57
essa aliança que trago no peito o meu coração às vezes pensa sobre a terra é mesmo incrível a terra enquanto desenrola a fita do tempo a terra, ela mesma se coloca pra dormir ela mesma se acorda a vida é seu canto cantar é a sua pulsão deus a simples metáfora do seu brincar a sua imaginação ou será mesmo o contrário e o meu coração é jovem e vário que pode tudo embaralhar
9.
uirapitang 03:02
uirapitang me banhei no teu sangue do teu tronco nasci e me criei uirapitang flecha solta na mata canoeiro nas águas de Jussara toda tribo vem celebrar abraçar a grande mãe com tambores cantar o sol nas raízes se deitar uirapitang lama negra do mangue fertiliza teu tronco e tua cor uirapitang cresce dentro da noite dança o sopro do vento na manhã e girando ao teu redor toda tribo vem cantar
10.
beira mar 06:09
vou remando minha canoa lá pro poço do pesqueiro ô beira mar, adeus dona adeus riacho de areia arriscando minha vida numa canoa furada ô beira mar, adeus dona adeus riacho de areia adeus, adeus, toma adeus que eu já vou-me embora eu morava no fundo d'água não sei quando eu voltarei eu sou canoeiro eu não moro mais aqui nem aqui quero morar ô beira mar, adeus dona adeus riacho de areia moro na casca da lima no caroço do juá ô beira mar, adeus dona adeus riacho de areia adeus, adeus, toma adeus que eu já vou-me embora eu morava no fundo d'água não sei quando eu voltarei eu sou canoeiro eu morava no fundo d'água não sei quando eu voltarei eu sou canoeiro rio abaixo, rio acima tudo isso eu já andei ô beira mar, adeus dona adeus ô beira mar, adeus dona adeus riacho de areia
11.
miudezas 07:17
nenhum poderio será maior que a nossa fome de ver estrelas nascendo no coração da noite dentro da mata a voz das águas das mães, das iaras, todas as falas repletas de outros dizeres, não calarão, aclarando a fresta de entrada a natureza, a madureza, a verdura da beleza aberta no chão da casa mesmo que a noite se mostre profunda ferida achar a fome de estrelas no tempo perdido dançar em volta do fogo amar onde for sem perigo, sem perigo pelas cabeças no vento do sonho mais louco no coração do deserto plantar nossas flores vencer o medo da chuva cantar nosso amor sem fronteira, sem fronteira a natureza nos amadureça os olhos d'água limpem nossa vista nossos delírio sejam (de) miudezas e nossa casa frágil fortaleza que nas crianças a gente cresça e nos antigos rejuvenesça e a nossa volta tudo aconteça de tal maneira que amanheça e os homens serão erês abraçados pelo sol de outro amor no sopro de vida que chega de todos os cantos, de todos os nomes, de todos os corpos libertos da ferida pois se é por ela que entra a luz tudo aqui fora passe a luzir passe a luzir sem medida

credits

released November 1, 2018

1. caaporã - jonatas onofre
2. cordilheira de sonhos - jonatas onofre
3. o sul é desnorteio - jonatas onofre, luann ribeiro
4. moa do katendê - jonatas onofre
5. fóssil - carlos nascimento
6. igaraçu - jonatas onofre
7. luz na luz - jonatas onofre, luann ribeiro
8. acalanto - jonatas onofre, thaynara queiroz
9. uirapitang - jonatas onofre
10. beira mar - canto dos povos do vale do jequitinhonha
11. miudezas - jonatas onofre

gravado entre os dias 25 e 27 de outubro de 2018 (luz na luz e miudezas entre setembro e outubro) no quarto azul da casa sete da rua onze / cortegada - igaraçu - pernambuco

* capa: jonatas onofre
* piano, vozes e violões: jonatas onofre
* pífano em beira mar: edilma cavalcante
* voz em miudezas: andré xavier

caaporã acontece porque jonjon, remís carla, andré monteiro e moa do katendê nunca deixarão de acontecer.

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Jonatas Onofre Igarassu, Brazil

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