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aparic​í​on

by Jonatas Onofre

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1.
aparicíon 05:10
o sol sai bem cedinho, como tão bem a canção, nasce o céu feito flor, caule, espinho, botão se abrindo bem no alto da vida que nasce do chão. no céu, o sol é forte e nós, da mesma medida do nunca que sempre se sonha virar em cada ferida aberta, nascendo a flor da guerra no bosque da vida. a vida nossa de chão, de areia apontando o futuro, é por onde entra o sol, onde se acha o escuro da canção, semente fresca, da raiz, o tronco duro. Palavra é tudo.
2.
alguma voz 02:27
Toda mudez levitará num ar puro, toda luz abrindo as asas, se aclarar num gesto intenso, uma paz sopram os mares em espirais deixam no vento alguma voz subir sem peso algum, sem hora, nem lugar sentir o corpo abrir, imenso é cantar
3.
desatino 03:32
em suma sumo no teu rumo e me acostumo ao vento invento histórias, mas a memória não diz o quanto intento vejo-me em ti além do destino se até hoje existi foi por esse desatino
4.
Muito cedo você descobriu o que é viver, o que é sorrir sem querer viver, sem querer sorrir muito cedo você descobriu como não dizer, como parecer que tá tudo bem quando há muita dor muito cedo você aprendeu que as coisas são assim as coisas são assim, as coisas são assim muito cedo você percebeu que os olhos vão muito além da luz de um sol qualquer para conversar muito cedo você percebeu que estamos sós, longe de saber o que não será, o que vem depois muito cedo você aprendeu que as coisas são assim as coisas são assim, as coisas são assim muito cedo você escapou dessa mão feroz, delicada e má, dura e capaz de nos afagar muito cedo você escapou de perder a voz, esquecer a vez e deixar passar o que não se diz muito cedo você aprendeu que as coisas são assim as coisas são assim, as coisas são assim muito tarde eu reconheci que sendo mesmo assim, as coisas sendo sim, um jeito de existir eu sempre quis fugir de mim
5.
sobre a estrada do desespero eu encontrei uma espada coloquei sobre a cabeça matei a palavra o novo não está vivo mas já chegou e assola os corações mais velozes nessa tarde meia, meia meia viva, ninguém se importa um olho e a catástrofe cresce seu fogo dentro desse nosso nome tão cheio de portas e portas sonhei que a gente não via o destino do mundo nossas cabeças no vento e a espada girando cortando as veias do amor
6.
horizontes 04:14
Nada está direito entre nós uma sombra só respira a noite em teus cabelos tens um jeito antigo de dizer que não pode ser não existe outra maneira de olhar nos teus olhos para ler as horas mortas há um sol comigo me roendo as roupas, os lençóis você diz tudo bem mas eu nunca acreditei sempre a sós nada além horizontes sem saber se tocar
7.
sumiço 04:00
foi-se muito, a vida já cresceu nas tramas da tua clareza vã Há tanto ar em cada segundo... e não me mostrar tuas mãos a luzir me fez querer te ver, neste pomar gritar toda minha vida. sei, estás sentida... com vasta fraqueza, porém sem ouvir de mim que eu lembrarei onde estás e sem voz mesmo assim dizer você me deixou por deixar se tu vens aclarar posso te ver, meu bem... sem estar. ah é o amor esse sumiço por dentro do mais profundo se há beleza nesse mundo só vai... se mostrar através do teu silêncio em mim vem calar
8.
átrios 04:00
9.
I disparo contra teus seis mil sóis não sei se sou ponto de luz ou sombra apressada em teu Espelho espero tua Voz tua magnética Voz a velar meu sono e espantar meus fervorosos olhos florescendo em tua manhã tua manhã de seis mil horas dispara contra minha preguiça que já se arrasta há séculos na família meu corpo se arrasta pelos teus relógios se lança sobre teu Não e recolhe as pálpebras tudo é réstia tudo reflete teus seis mil olhos de Gueixa Gótica tua cabeça pendurada no Nada gritando VAIEMBORAVAIEMBORAVAIEMBORA eu tento mais um Não eu tento mais um abraço de escombro eu tento mais um escorpião escondido entre os astros e os êxtases da infância eu tento mais eu tento mais súbito apoio os cotovelos sobre tuas costas e espero um vagalume II há muito Tempo já não sou Rédea e as nuvens não dizem adeus.

about

Muito. Imenso é cantar. Uma breve aparicíon. Brasa que se pereniza no sopro e no grito. Constelares, miudezas. Espirais marinhas, horizontes intocáveis, sumiços por dentro da gente. A lição ingrata de desdizer o amor. Cabeças na velocidade do soluço, no vento. A mudez levita na solidez do sonho e na fumaça. Águas inflamando a chaga no peito repleto de fogueiras. Cantar para os que foram, cantar para os que vem: cantar a dor desconhecida e o sofrimento que se reparte em muitas outras feridas e em cada pele. Cantar aos que estão - olhos abertos, mãos crispadas num veludo que não se vê - ainda por aqui. Aos loucos, aos incansáveis, aos que morrem resolutos no próprio sangue, aos que sorriem no olho da catástrofe, aos que sabem que virá, aos que não suspeitam que já veio, aos que choram com a mão dentro de uma supernova, aos que nascem com os cabelos banhados em luz e desespero, aos que abrem-se e abrem-se num absoluto gesto de entrega e não sabem o que é ter medo de gastar-se, à feminina voz de tudo em todos, de todos em tudo, à mãe e ao pai, ao pé na terra, ao pé no mar, ao pé no céu, ao corpo no fogaréu. Oração desatinada, sacro mistério do sacrilégio, obra "inaparecida" (e sempre que houver sussurro num ponto equidistante entre agora e quase depois), sem hora, sem lugar, senhora de minhas vastidões, canção vem por aqui, atravessa minha face dilacerada, tudo o que sou, o que não preciso querer. Ah os átrios do meu peito, meus amigos, casas de consolo e sorriso. Lembranças, profundas crateras nas costas da mão: eu oferendo-me à vida que não aceita coisa menor que toda uma vida. Apareçam de cada recanto: palavras, assovios, latidos e o canto digno dos galos, meu quintal é a fotografia exata da paisagem mais sincera que alguém já pôde vislumbrar no meu coração. A correnteza dos anos me leva pelos braços, pelas pernas, pelos cabelos... mas eu também estou aqui. Existo para surgir do fundo desse rio sem vau, aqui e ali e ainda mais quando ninguém acreditar em sobrevivência. O gume de pedra, água, fogo e vento sobre minhas esperanças. Aquilo que me carrega. Meu canto, minha luz. Que eu seja aparicíon, que você aqui diante de mim seja aparicíon. Aquilo que nos carrega, o abraço de nossos silêncios. Aquilo que nos carrega. Nosso canto, nossa luz.

credits

released January 21, 2017

Aparicíon

A
1. Aparicíon [letra: André Monteiro / música: Jonatas Onofre]
2. Alguma Voz [letra e música: Jonatas Onofre]
3. Desatino [letra: Zizo e Jonatas/ música: Jonatas Onofre]
4. As coisas são assim [letra e música: Jonatas Onofre]

5.Cabeças no Vento: [letra: André Monteiro / música: Jonatas Onofre]

B
6.Horizontes [letra e música: Jonatas Onofre]
7. Sumiço [letra: Tarcísio Neto e Jonatas / música: Jonatas Onofre]
8.Átrios (instrumental) [Raul Albuquerque / Jonatas Onofre]
9.Víscera & Nuvem [letra: André Monteiro / Música: Jonatas Onofre]

Gravado entre os dias 28 de outubro e 07 de dezembro (véspera do 89º ano do aparecimento de Maria Sabino de Moura) no último quarto da casa nº07 em Tabatinga / Igarassu - PE

Todos os instrumentos e vozes por Jonatas Onofre
Capa: Edilma Cavalcante

Esse disco é de Jéssica, Zizo, Mariluce, Jonatas, Raul, Jonjon, Venício, Neuza, Geraldo, Carlos, Ildefonso, Xavier, Alice, Edilma, Jair, Camillo, Ítalo, Tarcísio, Matheus, Philipe, André, Ivandro, Danuza, Lifeson, Marilene, Ulda, Roberto, Maná, Gilberto, T'isté, Bruno, Lady, Levi e Maria Sabino de Moura.

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Jonatas Onofre Igarassu, Brazil

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